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Internacional

FAO alerta para risco de invasões de gafanhotos do deserto no noroeste da África

Uma das pragas mais destrutivas para plantações e para o sistema alimentar volta a assustar o norte da África.

Uma nuvem de gafanhotos do deserto pode cobrir várias centenas de quilômetros quadrados. E apenas um km de nuvem pode incluir até 80 milhões de pragas adultas com a capacidade de consumir a mesma quantidade de alimentos em um dia, o que serviria para atender a 35 mil pessoas.

Reprodução de gafanhotos subiu no mês de março

Após uma onda de destruição em 2020, a praga voltou a atacar nações do noroeste da África. Na semana passada, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, fez um alerta para medidas de controle e monitoramento por parte dos países afetados.

A agência da ONU, com sede em Roma, divulgou um comunicado conclamando as nações para combater os gafanhotos do deserto, que surgiram na região do Sahel, se movimentando para o sul do Deserto do Saara, e a região oeste da África.

Segundo a FAO, as atividades se intensificaram no fim de fevereiro por todo o mês de março com nuvens de adultos e grupos menores registrados no centro da Argélia, no oeste da Líbia e no sul da Tunísia.

Nuvem de gafanhotos do deserto no leste da África

Nuvem de gafanhotos do deserto no leste da África

Montanhas da Argélia e da Líbia

Para os especialistas, as condições ecológicas são favoráveis para a disseminação da praga. A estação atual de reprodução dos gafanhotos do deserto está se revelando maior e com mais poder de infestação.

Os padrões de chuvas também facilitaram o movimento ao norte das nuvens da praga passando do sul da Argélia para o norte do Mali, Níger e Chade. Nas regiões do Sahel, grupos menores de gafanhotos entraram em reprodução de agosto até o início de março.

Por isso, a FAO pediu maior vigilância especialmente no noroeste da África incluindo o norte e o sul das Montanhas de Hogar, na Argélia, e de Fezã no sudoeste da Líbia.

Preocupação com plantações e risco alimentar

Se nada for feito, as nuvens podem se espalhar aumentando a infestação e o risco para as plantações, o que pode causar prejuízos à segurança alimentar como ocorreu em 2020.

A preocupação é com as terras aráveis e as que se preparam para a colheita no próximo mês.

A agência da ONU recomenda que os países mantenham vigilâncias regulares em áreas mais propensas à invasão dos gafanhotos, o que vai do sul das Montanhas Atlas no Marrocos até a região do Saara na Argélia e o sul da Tunísia além do oeste da Líbia.

Todas essas áreas já receberam uma quantidade de chuva adequada para o crescimento das vegetações, o que leva a condições favoráveis para a multiplicação de gafanhotos do deserto.

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