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Internacional

Agências da ONU criticam plano de Israel para entrega de ajuda em Gaza

O porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, afirmou que a proposta de Israel de assumir o controle da assistência em Gaza “contraria princípios humanitários básicos”.

James Elder declarou que o plano parece ter sido concebido para “reforçar o controle sobre itens vitais como tática de pressão”.

Ajuda seria limitada a 60 caminhões por dia

Elder disse que é perigoso pedir a civis que entrem em zonas militarizadas para coletar comida, enfatizando que “a ajuda humanitária nunca deve ser usada como moeda de barganha”.

A ajuda está bloqueada há mais de dois meses em Gaza. Profissionais humanitários têm alertado que alimentos, água, remédios e combustível estão acabando.

Segundo o porta-voz, a abordagem proposta por Israel pode criar “desafios terríveis” para idosos, crianças com deficiência, doentes e feridos que não têm como acessar as zonas de distribuição.

O plano de distribuição de ajuda israelense prevê a entrada de apenas 60 caminhões de ajuda por dia. Isso representa um décimo entregue durante o cessar-fogo entre Israel e Hamas, que durou de 19 de janeiro a 18 de março.

Para o porta-voz do Unicef, essa quantia não é suficiente para atender as necessidades de 1,1 milhão de crianças e de mais de 2,1 milhões de habitantes. Ele enfatizou que existe “uma alternativa simples: suspender o bloqueio, deixar a ajuda humanitária entrar e salvar vidas”.

Noor, de 17 anos, fotografado na Cidade de Gaza, no Campo de Jabalia, em 21 de março de 2025

Noor, de 17 anos, fotografado na Cidade de Gaza, no Campo de Jabalia, em 21 de março de 2025

Reabertura dos portões

A Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa. disse que tem “mais de 3 mil caminhões de ajuda” do outro lado da fronteira, impedidos de entrar.

A diretora de comunicações da agência, Juliette Touma, lamentou o desperdício de tantos itens que poderiam servir a crianças famintas e tratar pessoas com doenças crônicas.

Ela pediu a reabertura dos portões e o “fim do cerco o mais rápido possível”, bem como a libertação de todos os reféns capturados pelo Hamas, em 7 de outubro de 2023.

A representante da Unrwa declarou que a situação em Gaza é “desesperadora” e acabou até mesmo com as filas de assistência porque não há mais comida para buscar.  

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