Na praia, tudo vira história. E agora, até o coco verde, que refresca milhares de cariocas e turistas todos os dias, ganha um novo capítulo: o da transformação.
Foi lançado o “Coco no Ponto”, projeto da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Clima (SMAC), em parceria com a Comlurb e com apoio direto da Orla Rio, que busca dar um novo destino ao resíduo orgânico mais simbólico da nossa orla, o coco verde.
Apesar de ser parte da paisagem e da cultura praiana do Rio, a fruta, ícone da praia, sempre representou um desafio ambiental. O volume consumido diariamente nas praias é altíssimo, mas, até então, não existia uma solução eficiente para o descarte. A maioria ia para aterros sanitários, sem nenhum tipo de reaproveitamento.
A proposta do projeto é simples, mas poderosa: transformar um resíduo em recurso, cuidando do meio ambiente, promovendo economia circular e gerando oportunidades reais.
A operação do “Coco no Ponto” já está em andamento na orla do Leme. Em pontos estratégicos, foram instalados seis aramados para o descarte dos cocos. A coleta é feita por mulheres capacitadas como agentes ambientais, que circulam com tuk-tuks movidos a energia solar recolhendo os resíduos diretamente nos quiosques.
O material é levado para a Fábrica Verde, na Avenida Brasil, onde os cocos são processados e transformados em subprodutos úteis como biochar, carvão vegetal, adubo, placas de isolamento térmico e pellets para uso sanitário. A operação é conduzida pela RevLog, organização especializada em logística reversa e reaproveitamento de resíduos, liderada pelo gestor ambiental João Carlos Dias.
É uma ação que vai além do descarte consciente. É a cidade pensando em soluções que unem inovação, sustentabilidade e inclusão.
Um dos grandes diferenciais do projeto é o protagonismo feminino. As mulheres envolvidas no processo foram treinadas pela SMAC para atuarem como agentes ambientais e operadoras da logística. Além da geração de renda, o projeto contribui para o empoderamento e a inclusão social.
Estudos indicam que, com a expansão do modelo, será possível evitar a emissão de mais de 4,5 mil toneladas de CO₂ equivalente por ano, além de movimentar recursos por meio da venda dos subprodutos e da comercialização de créditos de carbono.
A Orla Rio participa ativamente da implementação do projeto, integrando os quiosques, operadores e a operação diária da orla à iniciativa. Acreditamos que transformar a experiência da praia passa também por uma gestão mais inteligente e sustentável dos resíduos.
“Tirar esse projeto do papel é uma grande conquista. Desde o início, sabíamos que dar uma nova vida ao coco, tão presente na paisagem da nossa orla seria um marco ambiental e simbólico. A partir da união entre Prefeitura, SMAC, Comlurb e Orla Rio, mostramos que é possível transformar um resíduo tão rico em oportunidade, promovendo consciência, sustentabilidade e um impacto positivo real nas praias do Rio”, afirma João Marcello Barreto, CEO da Orla Rio.
Cuidar da praia é também cuidar da cidade. É sobre pensar no agora com responsabilidade e no amanhã com coragem. Com o Coco no Ponto, reforçamos o compromisso com um modelo de turismo mais responsável, onde lazer e preservação caminham juntos.
Essa é só a primeira fase. E o futuro já começou.
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